A VERDADE DEVE SER MOSTRADA

Suplente de Marta é investigado por suspeita de enriquecimento ilícito

O vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), que assumirá uma vaga no Senado com a saída de Marta Suplicy (PT-SP), é investigado pelo Ministério Público de São Paulo desde agosto pela suspeita de enriquecimento ilícito.

O Ministério Público não informou a causa, mas o vereador disse que foi intimado a explicar o motivo de manter R$ 360 mil em casa, entre dólares e reais, conforme declarou à Justiça Eleitoral.

Ontem, o vereador colocou suas declarações de renda à disposição e disse que, ao ser informado pela Folha, conversou com um procurador do Ministério Público para tirar dúvidas. "Ele me respondeu: 'Não há nada contra você, abriu, você vai comprovar e acabou. De onde veio o dinheiro, a fonte, aí tudo bem'."

Dizendo-se irritado com o caso, disse que só como pessoa física chegou a receber, em média, cerca de R$ 560 mil por ano. "Posso guardar R$ 100 mil por ano."

O futuro senador já teve outros problemas na Justiça. Em 2010, o Superior Tribunal de Justiça acatou recurso contra decisão de segunda instância que o condenou a devolver R$ 32,7 milhões aos cofres públicos em razão de um contrato firmado pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) quando ele presidia a companhia, em 1992.

Carlinhos, como é conhecido, declarou neste ano patrimônio de R$ 974 mil --em 2008, o valor foi de R$ 1,5 milhão, sendo R$ 99,5 mil em moeda nacional. Diz que empobreceu por ter transferido parte dos bens para os filhos.

TRÂNSITO LIVRE

Com trânsito em diversas correntes políticas e fama de bom articulador, foi eleito quatro vezes seguidas presidente da Câmara Municipal de São Paulo, um recorde. Carlinhos expandiu o poder após ser chefe de gabinete na então Secretaria das Administrações Regionais na gestão Paulo Maluf (1992-1996).

Também se aproximou das empresas de ônibus e se dizia "amigo" dos empresários do setor.

Na Câmara, onde quase chegou à agressão física com adversários, foi o principal líder do "centrão", grupo de vereadores de diversos espectros formado para obter vantagens dos prefeitos, começando por Marta.

Em 2009, foi acusado pela Polícia Federal de receber propina da construtora Camargo Corrêa para interceder no Conpresp (órgão municipal de preservação do patrimônio histórico) pela liberação de um terreno.

Os outros senadores por São Paulo são Eduardo Suplicy (PT) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB).

Folha de São Paulo

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