Cerca de 500 pessoas
ficaram feridas, três delas com gravidade, depois que um meteoro se
desintegrou sobre a região russa de Tcheliabinsk, nos montes Urais. A
informação foi confirmada pelo Ministério do Interior da Rússia. "Será
necessário dar atendimento médico a 474 pessoas, das quais 14 foram
hospitalizadas", informou um porta-voz ministerial à agência "Interfax".
O
governo afirmou que os danos foram provocados pela onda de choque da
explosão que desintegrou o meteoro na atmosfera terrestre. O objeto
passou a cerca de 80 quilômetros da cidade de Satki, no distrito de
mesmo nome, por volta das 9h20 locais (1h20 de Brasília) e se
desintegrou.
"Espero
que não haja consequências graves, no entanto, isso é uma prova de que
não apenas a economia é vulnerável, mas todo o nosso planeta", disse o primeiro-ministro russo Dimitri Medvedev, na cidade siberiana de Krasnoyarsk, onde participa de um fórum econômico internacional.
As
autoridades de Tcheliabinsk, capital da região homônima, reforçaram as
medidas de segurança nas estruturas e instalações vitais da cidade.
Os
moradores da cidade foram orientados a voltar para casa e a buscar as
crianças nas escolas, que foram fechadas por orientação do governo.
Muitas casas e prédios de Tcheliabinsk tiveram janelas estilhaçadas. O
aeroporto da cidade, no entanto, permaneceu aberto, sem interrupção no
serviço.
"Eu estava dirigindo para o trabalho, estava bem escuro, mas de repente veio um clarão como se fosse dia", disse Viktor Prokofiev, 36, morador de Yekaterinburgo, nos Montes Urais. "Me senti como se estivesse ficado cego pela luz", acrescentou.
Clarão seguido de forte explosão
Testemunhas
relataram aos jornais russos "Moskovskij Komsomolets" e "Kommersant
Online" terem visto um forte clarão no céu sobre os montes Urais. Um
morador de Tcheliabinsk chegou a descrever a imagem como a explosão de
uma bomba nuclear. Ao clarão, se seguiu uma forte explosão que chegou a
quebrar janelas, relatou o morador.
Segundo
o Ministério do Interior, a maioria dos ferimentos foi causado pelos
estilhaços dos vidro quebrados das construções. O teto de uma planta de
zinco em Tcheliabinsk desabou, porém não há registro de feridos. Segundo
relato de moradores, Tcheliabinsk ficou por cerca de meia hora sem
comunicação.
Governo desmente chuva de meteoritos
Alguns
jornais e sites chegaram a informar que uma chuva de meteoritos teria
caído sobre os Urais, mas a informação foi retificada pelo governo."Não
foi uma chuva de meteoritos, mas um meteoro que se desintegrou nas
camadas baixas da atmosfera", disse à agência Interfax a porta-voz do
Ministério para Situações de Emergência da Rússia, Elena Smirnij.
Meteoros se desintegram na atmosfera, antes de atingir o solo, enquanto
meteoritos passam pela atmosfera até cair em terra.
Elena
confirmou que a onda expansiva provocada pelo corpo celeste quebrou as
vidraças de "algumas casas na região". A porta-voz ministerial também
informou que a queda do meteoro não alterou os níveis de radiação, que
se mantêm dentro dos parâmetros frequentes para a região.
"Isso
ocorre todos os anos, com muita frequência. Normalmente são corpos
pequenos que se desintegram na atmosfera, pois são pequenos. Então o
tamanho e o tipo do material influi no efeito que eles podem provocar.
Toneladas de material caem na Terra ao longo de um ano", reiterou o
professor, autor do livro "Fim de milênio".
Não está claro se este meteoro está vinculado ao asteroide 2012 DA 14,
que deve passar a 27.000 km da Terra ainda nesta sexta-feira, em um
trajeto próximo ao planeta. Mas, segundo Winter, "o asteroide é um
fenômeno diferente".
"Teste militar norte-americano"
Apesar
do relato do Ministério para Situações de Emergência da Rússia
confirmando a desintegração do meteoro, o vice-presidente da Duma (a
Câmara dos Deputados russa), Vladimir Zhirinovsky, afirmou que a
explosão tratou-se, na verdade, de um teste militar norte-americano,
visando atingir a região das Urais, onde fica localizada a maior
indústria de beneficiamento de combustível nuclear do país.
Representantes
do Ministério da Defesa argumentaram que a emergência não afeta as
unidades de combate do Comando Militar Central e que havia alvos
militares entre os edifícios danificados. (Com agências internacionais)
Uol
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