A VERDADE DEVE SER MOSTRADA

Às vezes, os idosos são tratados pior do que trapos.

Disque 100 revela que denúncias de violência contra idosos triplicaram

O número de denúncias mais que triplicou em relação ao ano passado. Os abusos vão desde apropriação indevida de dinheiro até violência física.

O serviço telefônico Disque 100, criado para denúncias de violação de direitos humanos, revelou uma situação assustadora, no Brasil. A violência contra os mais velhos. O número de denúncias mais que triplicou em relação ao ano passado.


“Ela enchia a cabeça do meu filho e aí um dia meu filho estourou comigo, eu estourei com ele”, disse dona Natalina Bianco de 92 anos.

Cansada das encrencas com a nora, dona Natalina veio morar nessa casa para idosos.

“O velho quando fica velho não tem valor, a família pensa que é trapo, e eu não sou trapo”, revelou Natalina.
Tratados às vezes pior do que trapos. Só este ano, o Disque 100 do governo federal registrou mais de duas mil denúncias de agressões contra idosos no Rio, 1.748 em São Paulo e 1.150 na Bahia. Mais de mil em Minas. Ao todo, foram 14.170 em todo o Brasil.

Os abusos vão desde apropriação indevida de dinheiro até violência física. Como esse tipo de violência costuma acontecer entre quatro paredes e normalmente é praticada por parentes, os idosos ficam com medo, principalmente da solidão, e acabam não confirmando a denúncia à polícia ou aos promotores do Ministério Público. O problema é que essas agressões costumam aumentar com o passar dos anos. Daí a importância de denunciar, e convencer os idosos a confirmar a denúncia.

“Ele mente pra não prejudicar o filho, não prejudicar a filha, não prejudicar um membro da família. Deve denunciar pra que autoridades possam agir”, disse Adriana Feal da Comissão do Idoso da OAB.

O Estatuto do Idoso prevê até três anos de prisão pra quem abandona um velinho. No caso de agressão física, até quatro anos. Pena que raramente apareça uma fera como dona Natalina pela frente. “Sei o que eu faço. Esse negócio de pegar no meu pé não é comigo não”, disse dona Natalina.

Lá, ninguém pega no pé. “O que mais precisam é de amor e aqui eles tem uma acolhida muito grande”, 
destacou Elizabeth Zogbi, presidente da Associação de Amparo.

O problema é que casas acolhedoras como essa são raras no Brasil.

Segundo a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, existem hoje 218 asilos públicos em todo país.

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